Fazendo arte

Arte feita na rua.
Arte feita pra rua.
Arte embelezando as ruas...

Ponta Cabeça

Já pensou se virar o mundo de ponta cabeça pudesse ser literal?

Mais imagens como esta no Weburbanist.

Retomar

Não sei se realmente eu queria estar voltando pra casa...
Ao inves de estar respirando aliviada por poder estar de volta entre meus apetrechos, tenho a nitida sensação de que está faltando algo. Como de fato está.
Falta a companhia daqueles que são amados por mim verdadeiramente. Falta o friozinho sulista, falta o fogão a lenha (mesmo que ele não seja mais usado como antes, ele fica lá, num cantinho da casa da vó, quase que como objeto de decoração), faltam os morros, as escadarias, o sotaque, a comida, a pinguela. Falta o meu eu. Aquele que ficou esquecido a alguns anos.
Voltar pode me trazer alivio momentâneo. Sim, volto pro meu suposto lugar, pro meu suposto trabalho, pro meu suposto futuro promissor e feliz. Mas como disse, é momentâneo.
Não gosto das paixões em definitivo. Sempre falo, elas são passageiras e meu mundo atual foi uma paixão. Passou, seu ciclo acabou.
Ou me permito apaixonar novamente pela vida que agora tenho, ou então volto pro que é meu, pra  saber se viver pelas bandas de lá é amor verdadeiro...

Escreva, Chicletinha, escreva...

Escrever ainda é uma arte?

Isso envolve lápis e papel?
Tenho minhas dúvidas...

Sei apenas que escrever é sim uma necessidade. O Twitter é uma prova disso.
E agora tem o Formspring também.
Antes eram os cadernos de pergunta, os diários, as pastas de papel de carta. Hoje são nos templates, layouts, afins.
Com cento e quarenta caracteres ou textos imensos cheio de links a serem clicados, a iniciativa de redigir é mais que presente.
Há quem ainda deixe um bilhetinho colado na geladeira, existem (acho que poucos) românticos que escrevem cartas. Tem os novos escritores com seus blogs excêntricos borbulhando criatividade. Até mesmo aqueles que copiam e colam contribuem tentando mudar alguma coisa no post para não parecer plágio.
Sempre escrevi. Já assinei livretos. Já queimei pensamentos. Bloguei até não querer mais. Coisas com qualidade, modéstia a parte... E outras nem tão boas assim.  Bloguei em miguxês na adolescência. Poser eu fui, escrevendo sobre rock progressivo. Goticismo também teve vez, escrevia sobre cada surto manchado com sangue (risada macabra ao fundo).
Hoje, ainda me alimentando de livros, panfletos, bulas de remédios, meu escrever passou a ser em frases de exibição e anotações da agenda. Isso não muda minha paixão.
E mesmo sem uma página toda formulada, e agora só com parafernálias grudadas (a maioria sem sentido algum), continuo acreditando que a melhor terapia é sim a bloguiana...

Sempre assim

Poderia ser indiferente, como de fato sou. Mas não sinto. Não sinto a indiferença, apenas demonstro. É mais fácil fingir.
Nem sempre dá certo. Naquele dia não deu. Não tive tempo de tentar esconder o que sinto. Não tive tempo de sair de lá, sair correndo pra dentro de mim e me enterrar nos pensamentos. Pensamentos que ninguém além de mim precisa saber.
Ele sabe. Já me conhece bem, mesmo sem eu permitir. Percebo isso a cada vez que o diálogo se torna um monólogo. Meu monólogo. Sabe mesmo que a melhor solução é me deixar ali, no silêncio.
Sabe também que se qualquer conversa prosseguisse, deixaríamos de nos falar. Acho que por isso não retruca. No fundo, essa situação é bem atraente. Um jogo, como daqueles que costumo jogar e perder, e ganhar na maioria das vezes.
Um jogo onde os jogadores podem se esconder, cada um a sua maneira. Ganho por me esconder.
Eu em meio a minha busca por situações problemáticas  que ocupam meu tempo e mente, e ele escondido em sua paciência. Insuportável paciência que me faz lhe querer bem cada vez mais.



Lá por Santa Catarina...

Às vezes a gente só quer um pouco de sossego, dormir até mais tarde, não escutar o telefone tocar...
Ficar lá, no sofá, animada com a programação da tv, ou sem vontade de fazer coisa alguma. Desfrutar das almofadas, possuir o controle remoto e cochilar sem receio de não ter colocado o relógio despertar.
Beber água e deixar a garrafa dentro da geladeira pela metade, esquecer do copo usado na pia e não ter hora para lavá-lo, afinal, ninguém vai aparecer para notar o nível da bagunça da casa.
Não abrir as janelas logo de manhã, como quem antes o fazia para avisar o vizinho que mais um dia estava começando e que novamente, tudo aconteceria como têm acontecido nos últimos anos. A ida pro trabalho, o retorno, o cheiro da comida esquecida no fogo ou a falta do cheiro de comida caseira há dias.
Sim, deitar-se de madrugada, acordar sabe lá Deus quando. Tomar um banho calmo, com bastante espuma e música ecoando alto, mesmo que seja aquela cantada pela própria voz de quem nunca teve coragem de cantar se quer um refrão em público. Ou então, esquecer do banho, deixar os cabelos sujos por mais um dia...
E lá fora faz sol, cai chuva. E o mundo pode desabar enquanto o momento mais importante dos últimas minutos é virar pro lado e dormir mais um pouco, esperando bons sonhos ou pesadelos. Isso não importa, o que vale é fechar os olhos e se entregar ao adormecer.
As pessoas se perguntam o que está acontecendo de fato.
O que deveria ser comum parece fora do normal.

Não são simples férias. São dias merecidos e há, tenha certeza, muita gratidão por isso.


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