Madrugando

Tem sido mais difícil do que eu imaginava. Não é tarefa simples passar uma borracha por cima do que sentimos.

O sono me falta e as noites parecem mais longas. Quanto mais eu penso, mais fico sem entender por que certas coisas só acontecem comigo. Não é drama! Mas as coincidências insistem em me acompanhar, fazendo com que eu fique sempre surpresa com as peças que a vida me prega.

As três últimas noites foram mais agradáveis, descobri que se eu não enfrentar a insônia como se ela fosse minha inimiga mortal, posso domá-la. Preparo-me para deitar e fico esticada na cama como que com medo que ela se aproxime. De forma sorrateira ela se aproxima e rouba toda a expectativa de sonhos profundos. Olho bem para ela e aceito sua imposição. Procuro algo para fazer, tentando fingir que aceito não dormir. Ela acha que tem o poder da situação e me dá alguns minutos de folga. Assim eu cochilo até a sua volta. As horas passam e assim prossigo. As vezes consigo fazer com que ela fique longe de mim por uma ou duas horas. Já é suficiente para descansar o corpo e a mente, que além de estar ocupada manipulando trapaças para conseguir dormir, não consegue botar um ponto final nas sensações incríveis das coisas que vem acontecendo.