Escolha perfeita

Sou, definitivamente, inconstante de mais, paciente de menos. (E minha vontade de fumar um cigarrete continua atormentando).

Existem outros vícios contidos que me perseguem, como o de imaginar o impossível e desejar o ‘proibido’. Esses são vícios prejudiciais tanto quanto o de drogas ilícitas.

Imaginar aquilo que não está ao seu alcance pode ser um lindo sonho, como pode também fazer de sua vida uma descontrolada montanha russa.

Desejar o ‘proibido’além de alimentar vontades doentias faz entrar em transe desesperado na busca de satisfazer o sentimento ‘ilegal’...

 

Procurei mil maneiras de controlar a ansiedade, de buscar motivos para novos ideais. Mas só me deparo com essa minha teimosia remota.

Acho que a partir de hoje vou me enviar todas as cartas que já escrevi. Vou me castigar como gostaria de castigar aqueles que me fazem sofrer mesmo tendo boa intenção.

Vou me olhar no espelho e fazer as juras mais mentirosas que já me foram juradas.

Vou escutar repetidas vezes musicas quase góticas que insinuam uma morte lenta e dolorosa.

Vou deixar de acreditar no improvável e desejar o proibido.

Vou apreciar cada momento de desespero e depois rir de minha melancolia ridícula.

Vou esperar a hora errada para dormir e também a de acordar.

Vou virar a vida de ponta cabeça pra ver se girando eu encaixo as peças desse infinito quebra-cabeças.

Depois não vou querer me libertar disso tudo, vou entender de uma vez por todos que o privilegio de realizar sonhos é para poucos!